15 fev Reflexo neuroendócrino da ejeção do leite
PAPEL DO BEBÊ | SUCÇÃO
É preciso salientar o preparo neurológico do bebê para o sucesso da amamentação. O recém-nascido normal apresenta sucção reflexa como resposta a qualquer objeto que lhe toque os lábios. Complexos mecanismos reflexos para a ingestão dos nutrientes se tornam funcionais durante os últimos meses de vida fetal. Desde a 32° semana de gestação o feto já apresenta o reflexo de sucção, o qual é modulado pela formação reticular do tronco encefálico.
O primeiro contato maternal do bebê é importante para o estabelecimento e o desenvolvimento dos reflexos motores que garantirão a amamentação adequada. Quanto mais intenso e precoce o contato inicial entre o bebê e sua mãe, melhor será o resultado, proporcionando uma correta técnica de sucção.
O lactente que é amamentado durante a primeira hora de vida aprende rapidamente essa técnica. Por outro lado, a sedação durante o parto ou a separação entre o bebê e a mãe por longo tempo podem retardar os reflexos de sucção. Em casos de sinais clínicos de sucção anormal, a estimulação oral pode diminuir o problema, aumentando o volume de ingestão de leite durante a amamentação.
Estudos comportamentais e hormonais demonstraram a importância dos primeiros contatos do bebê com a mãe e do toque da boca do lactente no mamilo e na aréola. O contato físico mãe-filho influencia positivamente o relacionamento entre ambos, e a mãe, estimulada por seu bebê, apresenta alterações neuroendócrinas positivas, dedica mais tempo ao bebê e conversa carinhosamente com ele. Já para o bebê, o contato com o mamilo da mãe estimula terminações nervosas periorais e intraorais que modulam regiões do tronco encefálico, aperfeiçoando o reflexo de sucção e permitindo amamentação quantitativamente melhor.
Referência:
Amamentação: Bases Científicas. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017
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