Cuidados com as mamas durante a amamentação

Que o leite materno é o melhor alimento que você pode oferecer ao seu bebê não há dúvidas.  O alimento mais completo para o bebê só poderia mesmo vir da própria mãe. Só que o sucesso do aleitamento às vezes depende de pequenos detalhes, como os cuidados com os seios, o tipo de sutiã e até a posição em que a criança mama. Mas não por isso a tarefa é simples. Amamentar requer persistência.

Conforme o post anterior, entende-se que não é preciso tomar nenhuma atitude com antecedência em relação às mamas, durante a gestação. O que machuca o seio, de fato, é a pega errada do bebê ao sugar o peito da mãe. Mas alguns cuidados diários com as mamas facilitam muito para que a mulher amamente por um longo período. São eles:

– Pega correta: O correto é que o bebê fique com o corpo voltado ao da mãe, barriga com barriga. A cabeça da criança precisa estar em posição mais elevada que o bumbum. O bebê deve abocanhar não apenas o bico, mas também a aréola ou grande parte dela. Com o bico do peito, estimule o lábio inferior da criança, para que ela abaixe a língua e abra bem a boca. Em seguida, coloque o peito na boca do bebê. O certo é que ele fique com os lábios levemente voltados para fora e aconteça uma “vedação” entre o peito e a boquinha. Para segurar a mama não use os dedos em posição de tesoura, pois dificulta o contato da boca do bebê com a aréola. O melhor é apoiá-la, formando um grande C. O polegar deve ser colocado na parte superior e os outros quatro dedos na parte inferior, deixando a aréola livre. Ele mexe o queixo? Você pode ouvi-lo engolindo? Bons sinais. Agora, se o bebê aperta demais os lábios ou forma covinhas profundas no rosto a cada sucção, convém interromper e começar de novo. Ele pode não estar abocanhando o peito da maneira adequada.

– Massagens e retirada do leite para evitar o empedramento: Se o volume de leite for grande e o bebê não der conta de sugá-lo, os seios podem ficar duros e evoluir para a mastite – inflamação da glândula mamária. Nesse caso, após cada mamada, a mãe precisa esvaziar manualmente as mamas. Para isso, recomenda-se massagear com a ponta dos dedos no sentido horário, da mama à aréola, e depois fazer a ordenha. O leite pode ser armazenado conforme orientação do pediatra da criança!

– Sutiãs: A umidade deixa a pele mais frágil. Por isso, sutiãs e protetores devem estar sempre secos. Troque-os com frequência. Ficar sem sutiã, para arejar a região, é conveniente por alguns períodos do dia também. Os modelos de sutiãs mais indicados são os de tecido macio, sem recortes, com bojos grandes, boa sustentação e alças largas.

– Conchas: Os protetores específicos são úteis para manter a roupa da mamãe seca. No caso das conchas, não se deve utilizar o leite que fica armazenado nelas, esse leite é um meio de cultura para bactérias e deve ser desprezado.

– Higienização: Não é necessário lavar os seios antes de amamentar, a recomendação é somente extrair uma gota do próprio leite materno e espalhar na região do mamilo e da aréola antes e após as mamadas. Durante a fase da amamentação, a higienização da área das mamas deve ser feita somente no banho, uma vez ao dia, com água corrente , lembrando que não é recomendado o uso de sabonete comum nos mamilos, pois pode ressecá-los.

– Hidratante: Não é necessário usar hidrante no bico dos seios e na aréola, o leite materno é o principal responsável pela hidratação dessa área. Os hidratantes podem deixar a pele mais oleosa e dificultar a pega adequada do bebê. A mulher também produz uma secreção através das glândulas de Montgomery (pequenas ‘bolinhas’ na região areolar) que forma uma camada de proteção natural da pele.

– Mama muito cheia: Se as mamas estão pesadas demais e doloridas, pode ser que a criança não esteja dando conta da sua produção. Com o passar do tempo, haverá um ajuste natural entre vocês. Até lá, nunca ofereça o peito muito cheio ao bebê. Como é difícil pegar o bico, as tentativas poderão machucá-la. O melhor é tirar o excesso de leite. Você pode tirar o leite com bombinhas ou com as próprias mãos, bem limpas. Esvaziar os seios quando estão cheios demais também evita que o leite empedre.

– Compressas: No caso de excesso de leite, não faça compressas mornas ou quentes. O calor tende a aumentar ainda mais a produção. Busque alívio em compressas frias ou geladas. Uma boa opção é fazê-las com chá de camomila gelado.

– Término da mamada: Nunca puxe o peito para interromper a mamada. Coloque seu dedo mínimo entre o bico e a boquinha do bebê para retirar o vácuo.

– Evite rachaduras: Ofereça os dois peitos ao bebê. Se ele ainda é pequeno, faça revezamento. É recomendável também que a criança esvazie o peito. O leite posterior (do final da mamada) traz maior índice de gordura e a sensação de saciedade. Assim, se o bebê mamar bem, não vai logo chorar de fome novamente. Contra rachaduras e fissuras, passe o próprio leite no bico e na aréola após cada mamada e deixe os seios secarem livremente. O leite é bactericida, e sua gordura funciona como um hidratante natural.

Bruna Grazif
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Enfermeira, consultora em Aleitamento Materno e Laserterapeuta. Empreendedora e mamãe do bebê genial, Miguel. Nasci em Minas Gerais, me formei em Belo Horizonte, mas foi em São Paulo, capital, que comecei a trilhar minha história e decidi aprofundar meus conhecimentos sobre Aleitamento Materno. Logo após a gestação do meu bebê, comecei minha trajetória de trabalho empreendedor, o que me possibilitou evoluir meus conhecimentos. Meu trabalho é reconhecido a cada dia pelo atendimento dedicado, próximo e humano que ofereço. Sou Coautora do Livro "Segunda Infância Volume 2". Não trabalho, cumpro uma missão. Um grande beijo e conte comigo!

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